Quando me perguntam “o que é isso de Ayurveda?”, nunca dou uma resposta igual. É um tema tão extenso e pormenorizado que é raro explicar a mesma coisa exatamente da mesma forma.
Em 2014 quando iniciei esta jornada ayurvédica, senti que tinha caído de paraquedas em montanhas gigantescas de informação e inicialmente, apesar de cativante, fiquei bastante confusa.
Para simplificar (e porque já estive na mesma posição que certamente te encontras agora), explico-te a definição da palavra em si:
Ayurveda é composta pelas palavras em sânscrito: AYU – vida – e VEDA – ciência ou conhecimento (R é apenas consoante de ligamento) e podemos, por isso, dizer que é a “Ciência da Vida” ou o “Conhecimento da vida”
Esta é uma definição básica e muito generalizada, mas que significa tudo aquilo que o Ayurveda representa.
Antes de conhecer este mundo, isto era muito redutor, mas agora que aprofundei conhecimento, faz-me todo o sentido. Para um melhor entendimento, dou-te a conhecer a minha perspetiva que vai variando de dia para dia, porque lá está, se é “a ciência da vida”, está em constante movimento e as aprendizagens e conceitos vão sendo acrescidos ou transformados (tal como tudo na vida).
Ayurveda é um sistema de saúde científico nascido há mais de 5000 anos e baseado em indicações clínicas que constam de obras clássicas antigas que passaram por constantes revisões ao longo do tempo até aos dias de hoje.

É uma medicina, um sistema de saúde, um ramo científico
Porque tem exatamente as mesmas normas que conhecemos atualmente com a entrada da medicina moderna a que estamos habituados (desde a evolução da ciência no mundo árabe até meados do século XIX com os o modelo de Hipócrates):
Observar a natureza
Formular hipóteses
Testar essas hipóteses para apurar se são válidas
Isto está bem presente no Ayurveda que se rege exatamente pelas mesmas diretrizes. Tanto para a medicina moderna como para o Ayurveda, é essencial focarmo-nos em 6 pontos específicos:
- Propósito
- Pesquisa
- Hipótese
- Experimentação
- Análise
- Conclusão
As indicações clínicas
Baseiam-se em obras clássicas antigas: os Samhitas e há três delas que merecem um destaque maior devido à sua importância e pertinência na vida do Ayurveda: CARAHKA SAMHITA, SUSHRUTA SAMHITA e ASHTANGA HRDAYAM.
Os Samhitas são nada mais, nada menos do que constatações que foram observadas na natureza, que foram testadas e passadas ao longo do tempo, sempre questionadas e criticadas para que milhares de anos depois continuem a ser tão importantes como no início. Podemos dizer que os Samhitas estudam a ciência do ser humano, ainda que tenham vertentes que estudam, por exemplo, a vida animal ou das plantas.
É uma medicina que passou por constantes revisões
Porque não é uma medicina estática, ou seja, foi modificada ao longo dos tempos por estudiosos, vaidyas (médicos) e entendidos da área, adaptando-se aos dias de hoje.
Em suma – isto é o Ayurveda!!
Ora, tudo isto define brevemente Ayurveda e ficará sempre alguma coisa por dizer porque é uma medicina com mais de 5000 anos. Devido à sua longevidade, existiu sempre a necessidade de revisão destas obras clássicas – os Samhitas –, assim como ainda hoje são analisadas, comentadas e atualizadas por especialistas.
O Ayurveda é uma medicina eficaz que observa a natureza, formula hipóteses e testa essas mesmas hipóteses para apurar se são válidas ou não, tal como a medicina moderna que atualmente conhecemos o faz.
Ayurveda é vida. Ayurveda é indubitavelmente conhecimento. O conhecimento da vida!
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A informação que consta deste artigo, apesar de ter sido elaborada com base em artigos e informações fidedignas e acreditadas, não contém uma análise exaustiva de todos os pontos referenciados, pelo que, da mesma forma, não substitui uma consulta com um terapeuta ou médico especializado.
Fotografias – Pexels
Fontes: vidaveda.org, ayurveda.com.br, ayurvedacollege.com, Brench Marks for Training in Ayurveda – World Health Organization, Segredos do Ayurveda (2ª Edição) – Gopi Warrier, Dr. Harish Verma e Karen Sullivan